Proteção e capitalização da identidade de figuras públicas através de marcas registradas
Um número crescente de personalidades públicas procura proteger e capitalizar sua identidade, solicitando o registro de marcas.
Alguns desses pedidos são mais surpreendentes do que outros.
Taylor Swift, por exemplo, registrou recentemente a sua turnê “Female Rage: The Musical”, na qual apresenta músicas de seu novo álbum “The Tortured Poets Department”.
Pedidos de marcas registradas inusitados
Esta não é a primeira vez que a estrela musical americana, agora avaliada em mais de um bilhão de dólares, busca direitos legais sobre frases relacionadas à sua marca.
Além de registrar seu nome, iniciais e títulos de álbuns, Swift também fez manchetes com pedidos de registro mais obscuros.
O uso de muitas de suas letras, pelo menos em um contexto comercial, pode agora colocá-lo em apuros.
As letras protegidas incluem “This Sick Beat”, “…Ready For It?”, bem como uma linha de seu álbum “Reputation”: “The Old Taylor Can’t Come To The Phone Right Now”.
A expressão “Swiftmas” também está protegida, juntamente com os nomes de seus gatos, Meredith, Olivia e Benjamin Swift.
De acordo com o especialista Jerry Bridge-Butler, as personalidades públicas nem sempre pretendem “tornar seus nomes marcas de produtos relacionados às suas principais atividades”.
“No entanto, quando a sua popularidade atinge um certo nível, torna-se uma poderosa força de atracção que pode ser utilizada para mudar produtos.
Coloque o nome da marca ‘Taylor Swift’ em qualquer peça de mercadoria e ela será vendida em grandes quantidades para uma legião de fãs”, afirma ele.
Recuperar o controle pode ser difícil
De acordo com a Forbes, Swift alegadamente ganhou cerca de 200 milhões de dólares vendendo mercadorias com sua marca em 2023, vendendo camisetas e outros produtos em suas apresentações no Eras Tour.
A especialista Charlotte Wilding também afirmou que a marca registrada é uma medida de segurança:
“Pode ser difícil recuperar o controle sobre uma marca ou elemento de uma marca que foi adquirido por uma terceira parte, razão pela qual é recomendado solicitar proteção.”
Embora seja possível para as personalidades públicas recuperarem a propriedade sobre seus nomes ou sinais, isso não é fácil.
Em 2019, o futebolista brasileiro Neymar Junior ganhou um processo jurídico contra o empresário português Carlos Moreira, que pretendia registar o nome “Neymar” para a venda de roupas e sapatos.
Os representantes de Neymar argumentaram que, dada a fama do futebolista, o pedido tinha sido feito de “má fé”.
Outra batalha pela propriedade ocorreu entre Kylie Jenner e Kylie Minogue em 2017.
Quando Jenner, estrela de reality show, pediu o registo da marca do seu nome nos Estados Unidos, Minogue opôs-se, alegando que isso poderia causar “prejuízo” à marca da cantora australiana.
Madonna foi uma das primeiras celebridades a pedir o direito de proteger seu nome e marca na década de 1980. Desde então, tais pedidos tornaram-se muito mais comuns.
Paris Hilton conseguiu proteger seu slogan “That’s Hot”, enquanto Donald Trump possui o slogan presidencial “Make America Great Again”.
Outro exemplo é Usain Bolt, que no ano passado nos EUA fez um pedido para registrar o logo que retrata sua famosa pose de vitória.