LONDRES – Milhares de fiéis fãs de Taylor Swift que não conseguiram assistir à sua turnê nos EUA no ano passado ou que não quiseram comprar ingressos com preços exorbitantes para vê-la novamente encontraram uma solução alternativa: voar para a Europa.
A estrela pop está programada para iniciar a fase europeia da sua Eras Tour em Paris na quinta-feira. Aviões cheios de Swifties planejam seguir a Miss Americana do outro lado do oceano nas próximas semanas.
Um concerto pode parecer um motivo estranho para visitar um país estrangeiro, especialmente quando os fãs podem assistir ao Eras Tour de casa através do documentário agora disponível no Disney+. Mas a companhia de viagens online Expedia diz que essa tendência dos devotos de Swift é parte de uma tendência maior que ela chamou de “turismo de turnê”.
Alguns fãs americanos que planejam voar para o exterior para a Eras Tour disseram que justificaram a despesa depois de perceberem que restrições mais rígidas sobre taxas de ingressos e revendas na Europa tornavam ver Swift se apresentar no exterior não mais caro, e potencialmente mais barato, do que assistir a um show mais próximo de casa.
Jennifer Warren, que vive em St. Catharines, no Canadá, e seu filho de 11 anos, por exemplo, adoram Swift mas não conseguiram ingressos a preços considerados decentes nos EUA. Persistente, Warren e seu marido decidiram planejar uma viagem de férias na Europa ao redor de onde ela conseguiria assentos. A cidade escolhida foi Hamburgo, na Alemanha.
A economista-chefe do Instituto Mastercard de Economia, Natalia Lechmanova, espera que, à medida que Swift pula pela Europa, restaurantes e hotéis vejam o mesmo crescimento que a Mastercard observou no raio de 4 quilômetros dos locais de concertos nas cidades americanas que a cantora visitou em 2023.
Alguns fãs planejaram viagens à Europa para acompanhar os shows da Swift, como é o caso dos ex-colegas de quarto Lizzy Hale e Mitch Goulding, que decidiram tentar conseguir ingressos para os shows em Paris, Londres ou Edimburgo, na Escócia, além dos que já tinham para Los Angeles.
O impacto econômico local do que o espírito da época tem chamado de “Swiftonomics” e o “Swift lift” pode ser considerável. É compreensível o acordo exclusivo que o governo de Singapura fez com Swift para fazer do país asiático a única parada de sua turnê na região este ano, o que provocou ciúmes regionais.
Recentemente, o Airbnb relatou que as buscas na sua plataforma pelas cidades do Reino Unido onde Swift está se apresentando em junho e agosto aumentaram em média 337% quando os ingressos foram colocados à venda no verão passado.
Em Estocolmo, estima-se que 120.000 visitantes estrangeiros de 130 países irão invadir a capital sueca este mês. A cidade espera que os visitantes injetem cerca de 500 milhões de coroas suecas, ou mais de 46 milhões de dólares, na economia local durante suas estadias.
Embora essa tendência de planejar viagens internacionais em torno de um show de música pareça estar pegando, ainda há dúvidas se ela terá a mesma resistência e força que a Swift e a Beyoncé demonstraram ao longo dos anos. Alguns especialistas acreditam que a dificuldade de lidar com compras de ingressos através de barreiras linguísticas, conversões de moeda, regulamentos bancários internacionais e o risco de cancelamentos pode limitar o apelo de viagens regulares a shows.
Outros, como o CEO da Booking Holdings, Glenn Fogel, não estão tão entusiasmados com as turnês de concertos como um instigador do turismo. Para a indústria de viagens mundial, “uma estrela viajando por aí não faz qualquer diferença”, opinou ele.
Jornalistas da AP em várias cidades ao redor do mundo contribuíram para essa reportagem
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