Em Washington, à medida que os números nas pesquisas do presidente Joe Biden começam a mostrar sinais de fraqueza antes das eleições do próximo ano, poderia parecer uma escolha óbvia buscar apoio na estrela pop e bilionária que o endossou em 2020, Taylor Swift, cujas ações são minuciosamente acompanhadas pela mídia. A equipe de campanha de Biden está ciente do potencial impacto de uma estratégia que envolve Swift, tanto que uma recente vaga de comunicação para sua campanha de reeleição em 2024, brincava dizendo: “Por favor, não nos digam que precisamos de uma estratégia Taylor Swift. Estamos de olho”. No entanto, no cenário político e midiático altamente polarizado dos Estados Unidos, qualquer passo dado pela cantora provavelmente gerará tanto elogios quanto uma onda de críticas ferozes.
A população americana vê Taylor Swift com bons olhos, e cerca de 70% têm uma visão favorável da cantora, uma taxa de aprovação que qualquer presidente desejaria – especialmente Biden, cujos índices de aprovação caíram para 39%, os mais baixos de um líder em exercício no mesmo período de mandato, de acordo com a Gallup. O endosso de Swift a Biden em 2020 e sua capacidade de usar campanhas apartidárias para registrar seus fãs para votarem não significa que a política seja um campo livre de escrutínio para a superestrela. Com a intensificação da hiperpartidarização nos EUA, a postura anteriormente apolítica de Swift cada vez mais atrai críticas, mesmo que alimentadas em grande parte por rumores e redes sociais.
O silêncio de Swift durante as eleições de 2016, período o qual a cantora se sentiu incomodada pessoalmente, marcou uma transformação em sua abordagem ao envolvimento político. Hoje em dia, reconhecendo o aumento de sua influência ao quebrar recordes musicais, aparecer em capas de revistas e ter cada detalhe de sua vida seguido pela imprensa, ela mostra um papel mais ativo na política. Seus fãs, principalmente mulheres jovens que cresceram durante uma era de intensa polarização política nos EUA, constituem um bloco eleitoral fundamental para o Partido Democrata.
No entanto, com uma queda nos números de Biden entre os jovens eleitores, especialmente após seu apoio a Israel no conflito contra o Hamas, o potencial impacto de Swift ganha destaque. A artista participou recentemente de um evento beneficente em prol dos palestinos. Uma pesquisa da Harvard mostrou que a porcentagem de americanos de 18 a 29 anos que “definitivamente” planejam votar caiu de 57% para 49% em comparação com a pesquisa feita no mesmo período em 2020. É neste momento que Swift pode ter um impacto significativo. De acordo com Matthew Harris, um cientista político, não é apenas o endosso que Swift oferece, mas sim sua habilidade de mobilizar as pessoas. Swift já deu um aceno discreto à corrida de Biden em 2024, autorizando que sua música “Only The Young” fosse usada em um anúncio pró-Biden em outubro.
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